18 maio 2011

Andarilho

Por que eu nao posso ter um dia de melancolia?
Por que eu não quero ser o único na multidão?
Eu vejo que talvez seja nossa sina
um fardo pesado carregado junto ao chão

Eu não vejo os olhos saltarem à imaginação
Nem me encontro num mundo real
Minha boca cessa o desejo feito inspiração
Meu corpo esgota o cansaço desleal

Tão quente de repente se sente
Ave de rapina querendo mal
Tão à frente da mente indigente
Ave de rapina cheirando mal

Nas mãos aquilo que me foge
Nos pés só resta o que me escapa
Os dias de andarilho que não pode
escupir a vida que o retrata

Meus olhos cegos sabem
a dor da luz relembrando o céu

Tão quente de repente se sente
Ave de rapina querendo mal
Tão à frente da mente indigente
Ave de rapina cheirando mal

[Amanda Druzian Stuck]

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