15 junho 2011

De você, restarão [multiplicarão] os perfumes

Vou pegar as mais lindas coisas
e guardá-las numa caixinha
para delas poder fazer perfumes
os quais vou espalhar por aí
durante toda a minha jornada.

13 junho 2011

Minhas pequenas grandes coisas

Coisas pequenas
que me são como grandes
voce não vê o que digo
não pára pra ouvir o que mostro
chamando de futilidade
essa própria "pequenez" dos atos
coisas pelas quais eu luto tanto
me olhe e perceba que eu não sou mais
nem menos
mas luto sim por aquilo que amo.

10 junho 2011

Correntes

Vamos sair, andar por ai sem rumo direção, constância
nada que nos leve a um lugar datado, taxado, planejado.
Vamos nos expressar, anunciar o grito de quem dormia
que não consegue mais manter-se no mesmo ritmo inerte
e não quer mais viver como o fazia.
Vamos ao achado, ao brilho da descoberta,
à saciação das vontades explícitas
Com o desejo ardente, pungente na pele de quem se acorrenta
Fantasiando atender necessidades ilícitas.

04 junho 2011

Escuta [2]

Escuta a mim, nem que for o meu silêncio,
nem que for o meu choro,
o meu suspiro.
Escuta o que eu tenho pra te dizer
Escuta o que eu faço
...o que eu mostro
o que eu me mostro ser
pra voce

Feito vento

Quantas vezes você esperou por alguma pessoa
que realmente valesse a pena?
Cada palavra tua
mostra o quanto a distância é insuportável
E a força que me arrasta
é a mesma da minha canção
e a força que me isola
me consola na contra mão.
É aquela que apenas quer
me levar para perto de você.

03 junho 2011

A Menina dos Esparadrapos

A menina dos esparadrapos acorda todo dia sem saber para onde ir,
sem saber o porque de acordar.
Faz força suficiente para que o lençol fique posto sobre a cama de mal jeito.
O cafe sem sabor de todas as manhas toma aos goles apressados. O relógio soa seu vai e vem, e o tempo mais vai do que vem.
No instante em que fecha a porta, os sons dos carros lhe mostram o atraso. E a turbulência toma conta do tráfego nas ruas.
Rua feito formigueiro não retrata o deserto de sua vida, de seu corpo.
Corpo de gente.
Que se machuca, se arranha, é arranhado, é arrastado.
(...)
Estação de rádio sintonizada.
A música não parece boa, mas aparece.
O Sol não aquece.
E ela se esquece das feridas por baixo dos esparadrapos.

Retrato

A menina dos esparadrapos
dos trapos
que junta os cacos
refaz o retrato
e atira seu jogo sujo
na pia da cozinha
junto ao pratos
e ratos
imundos
nos ralos do mundo...
...interno.