26 julho 2011

O homem das metades

Era uma vez um homem como outro qualquer. De vida monótona, com cara de cansaço e as manchas escuras abaixo dos olhos não negavam isso.
Mas em uma coisa se diferenciava dos demais [ou de alguns]: fazia tudo pela metade.
Acordava meio cansado, comia seu meio pão, meia xícara de café com meia colher de açúcar. Dizia meias palavras, meios sentidos, meios sentimentos. Não se deixava invadir pelo completo, era sempre metade.
Quando olhava, enxergava só uma parte das coisas, ouvia um pedaço dos sons, e partia-se ao meio. Meio com medo, partia-se. Partia.

09 julho 2011

E depois?

E se eu não estiver mais aqui?
se eu olhar para trás e você estiver distante?
Distante demais para poder ouvir o que você diz
o que sempre quis escutar, mas voce nunca falou
e deixou pra depois achando que eu estaria aqui.

08 julho 2011

Encostada na janela

Quando o Sol se esconder
e o mundo todo se fizer em movimento
como um tapete a rolar sob os pneus
O brilho da Lua se refletirá em meus olhos
e eu estarei olhando para o céu estrelado.

02 julho 2011

De olhos fechados

Há dias em que acordo cedo
há dias em que acordo tarde
outros em que nem acordo.
Levanto e continuo sonhando
o sonho da noite passada
o sonho que passou.
Tento fazer acordos com a mente
e com o mundo
mas eles não me ouvem.
E permaneço desacordada.