03 junho 2011

A Menina dos Esparadrapos

A menina dos esparadrapos acorda todo dia sem saber para onde ir,
sem saber o porque de acordar.
Faz força suficiente para que o lençol fique posto sobre a cama de mal jeito.
O cafe sem sabor de todas as manhas toma aos goles apressados. O relógio soa seu vai e vem, e o tempo mais vai do que vem.
No instante em que fecha a porta, os sons dos carros lhe mostram o atraso. E a turbulência toma conta do tráfego nas ruas.
Rua feito formigueiro não retrata o deserto de sua vida, de seu corpo.
Corpo de gente.
Que se machuca, se arranha, é arranhado, é arrastado.
(...)
Estação de rádio sintonizada.
A música não parece boa, mas aparece.
O Sol não aquece.
E ela se esquece das feridas por baixo dos esparadrapos.

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