26 julho 2011

O homem das metades

Era uma vez um homem como outro qualquer. De vida monótona, com cara de cansaço e as manchas escuras abaixo dos olhos não negavam isso.
Mas em uma coisa se diferenciava dos demais [ou de alguns]: fazia tudo pela metade.
Acordava meio cansado, comia seu meio pão, meia xícara de café com meia colher de açúcar. Dizia meias palavras, meios sentidos, meios sentimentos. Não se deixava invadir pelo completo, era sempre metade.
Quando olhava, enxergava só uma parte das coisas, ouvia um pedaço dos sons, e partia-se ao meio. Meio com medo, partia-se. Partia.

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