28 fevereiro 2014

Ihul...

Às veis o bicho corre parecênu que qué pegá
Dá pena do bicho, coitado
que às veis, à gente só tá querênu avisá
d'alguma coisa ele qué falá
e a gente com medo foge, sem o bicho escutá

Êh bicho danado, qu'engana a gente
com cara de quem é brabo
e faz todo estardalhaço
porque num sabe o mió jeito
do medo da gente podê contá

Num sabe o mió jeito e sai correndo
sai gritando tentando a menságe passá
e a gente qu'ié desconfiado do mundo
prefere se escondê no primêro lugar seguro
que a gente encontrá

Lugar seguro a gente só acha que é
tentando o bicho despistá
mas o castelo desaba
quando a gente começa nele a encostá

Corre com mais pressa, com medo do bicho chegá
óia pra trás bem ligeiro, "Num interessa! Corre mais!
Que o bicho vai abocanhá!"

"Corre, não! Fica pra cá. Escuta o qu'eu tenho pra lhe contá!"
Êh bicho danado, conseguiu se comunicá!
Sua parte tá fazênu, agora à gente resta sabê oiá

Com mais calma, menos pressa, pro bicho cansado se assossegá
A gente também se assossega, pra junto do bicho podê proseá
Quem sabe agora a gente num vê no ôio do bicho
o que no ôio da gente o bicho pode enxergá.



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