“Vejo
seu nome em todos os lugares. Em nenhum deles você está.”
Orlando
Pedroso
Deitada na
mesma cama ainda posso ouvir seus sons a se fazerem sopro no peito. Embora dessa
vez, isso me provoque dor. É um doer tão forte que se torna físico. É um ranger
de dentes que destrói os ossos.
Naquela
noite fria, e quente, tudo estava abafado. Tudo estava sem rumo. Ou talvez o
rumo estivesse sem... sabor, outra vez.
Lembro-me
de coisas ditas, sentidas. Lembro-me de você dizer que não havia tido, ou tido
pouco, daquilo que mais queria; daquilo que eu mais queria que você tivesse
também.
- Você tem,
meu velho.
- Tenho
não. Cadê?
- Tá aqui.
Tá sim.
- Hum...
não sei, minha velha. Às vezes não acredito mais, entende?
- Entendo.
Mas você tem.
Minhas
memórias se confundem numa neblina mental. Ou fumaça, daquele trago.
Quero lhe
mostrar coisas para rir, sentir os seus olhos em cima dos meus a me beijar, e
sua pele a despir a minha. Tenho piadas a lhe contar, tenho sóis a lhe mostrar
num fim de tarde. Tenho tanto e não tenho nada. Falta você aqui, na poltrona ao
lado.
Fico com
suas expressões estampadas nas minhas, e seus gestos a me coordenarem. Mas
falta ainda...
Sua falta
me arremete em solidão de palavras, de ânimo e de cor. Aquelas tantas cores dos
meus olhos foram embora e ficaram guardadas com você.
As poucas
palavras que me restam, ultimamente, não têm um cais para onde se abrigar. Não
têm você.
'tenho sóis a lhe mostrar num fim de tarde.'
ResponderExcluiro sol, misturado
nas nuvens.
rosas.
falava de alguem parado,
o primeiro texto.
um sorriso.
ps: vai entender..