22 julho 2013

Izabella

Deveríamos descobrir um novo mundo todos os dias, feito Izabella. Cada toque é um tatear diferente por superfícies ásperas, lisas, macias, ou quaisquer que fossem menos ou mais belas.
Assim como o vermelho chega primeiro aos olhos, Izabella chega primeiro a cada um de nós.
- Ai, deixa eu apertar essa bochecha gostosa! – O choro ecoando, disseminando a voz.
          A distração pelas cores torna a facilitar o fim da gemidinha manhosa. O gesto, o riso feito, o apertão, na bunda, de mal jeito.
          - Deixa a criança em paz Madalena!
          - Oxe! Eu só queria brincar um pouquinho com ela!
           Carinha de quem não sabe, ou nos tem muito a ensinar. Olha o céu como miragem, volta, ao movimento, o foco encontrar.  Avião, paraquedas, ventilador, estilhaço.
          - Comigo ela só chora. Não sei mais o que faço!
          - Aquieta e descobre com ela um pouquinho do tempo perdido.
           Os dedos na boca e tudo o mais de importante, o pai fica bobo com tanto sentimento parido.
Chorinho que vira samba, mas não passa de uma bela manha. No colo da tia se empurra, a mãe, que já sabe, continua a nem dar bola. O samba em pagode se transmuta e pro colo da mãe Izabella retorna.



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